15.10.08

Biónica, entre a Natureza e a Tecnologia

Este pequeno trabalho de investigação tem por objectivo explicar da forma mais simples possível o que é a Biónica, indo depois aprofundar sobre as suas utilidades, sobre a sua criação e outras curiosidades.
Como definir biónica? A definição mais usual talvez seja: “Biónica é a ciência que estuda determinados processos biológicos, mecânicos e electrónicos dos seres vivos, com o objectivo de desenvolver projectos compatíveis com o meio biológico e tentando aprender com ele.” Podemos assim considerar a Biónica como que uma ligação entre a Biologia e a Física, que recorre à Natureza para usar o resultado da aprendizagem na criação de nova tecnologia.
Graças à biónica, um sem-número de pessoas com partes do corpo perdidas ou deficientes, como é o caso de um militar norte-americano, que perdeu a mão, podem usar próteses biónicas. Assim, este soldado usou o i-LIMB, uma mão-biónica desenvolvida por uma empresa escocesa, e pode agora abrir portas e realizar outras acções simples.
Mas um verdadeiro milagre da biónica, que no entanto ainda se encontra em desenvolvimento são as próteses biohídricas. Estas próteses são controladas pelo cérebro, através dos nervos que antes controlavam a parte do corpo em falta. Mas relacionado com este assunto fala-nos António Damásio, na revista do jornal Expresso de 04/10/08. Este conceituado neurocientista foi um dos oito cientistas portugueses escolhidos pelo Expresso para falarem das investigações que vão mudar o mundo nos próximos anos. António Damásio fala-nos de próteses que, apenas com pensamento do seu portador, se mova
m quase instantaneamente. E nas suas palavras, “não é um cenário futurista”.
Mas desde quando existe a biónica? Em 1945 foi criada a primeira máquina de diálise renal, e daí em diante, as datas sucedem-se, incontáveis, de salto em salto, de progresso em progresso. Em 1978, um cidadão australiano foi o primeiro surdo a usar um implante auditivo e a ouvir. Em 1996, foi clonado o primeiro mamífero, a ovelha Dolly e no ano seguinte uma máquina, Deep Blue, bateu o campeão mundial de xadrez neste jogo, Garry Kasparov1. Em 2001, um electricista que perdera os braços num acidente, recebeu o primeiro braço totalmente robótico.
Uma importante parte da biónica é aquela que está relacionada com a Inteligência Artificial. Nesta área, talvez se destaquem a robótica, de que falarei nos parágrafos seguintes, e todo um conjunto de funções que acabam por incorporar, em conjunto com outras, novas e melhores tecnologias, como seja o caso do reconhecimento de linguagem, de sistemas tradutores, de jogos de computador e ainda de uma série de outros projectos e funções, usadas em áreas diferentes.
Os robots são máquinas de algum modo semelhantes aos homens, que realizam as suas acções como o homem, mas por vezes melhor ou em locais e momentos que o homem não poderia estar.
Um célebre filme, 2001, Odisseia no Espaço, retrata um cenário em que três homens, numa nave controlada por um robot, o Hal, são por este atacados e dois deles mortos. Apesar de a tecnologia robótica já estar num estado bastante avançado, ao contrário do retratado no filme, os robots ainda não conseguem pensar por si próprios e limitam-se a executar ordens dadas pelos humanos. Estas máquinas já têm muitas funções diferentes, e se vemos um robot que toca piano, também há aqueles que pintam carros ou exploram outros planetas.
Mas como funcionam realmente os robots? Não basta dizer “Apanha um prego” que ele o vai apanhar. É preciso dar ao robot todo um conjunto de ordens, que lhe digam que peças mover e como movê-las. Depois de devidamente programado, um robot é capaz de repetir a mesma acção com uma precisão superior a 90% tantas vezes quantas desejadas. Hoje em dia de tudo é possível fazer com robots, desde o “rato” que sai dum labirinto, até aqueles que jogam futebol, sem esquecer máquinas notáveis como o Robug III, com oito pernas totalmente independentes, que anda na vertical, diagonal ou horizontal, e com capacidade para arrastar uma carga de 100 kg, seja pelo chão ou parede acima. Mas não nos esqueçamo
s de mencionar o robot P2, um autêntico humanóide, capaz de correr e de se equilibrar quando empurrado.
Como serão no futuro os robots? Ninguém sabe. Mas a cada dia que passa são aperfeiçoados e quem sabe se um dia não haverá robots a construírem e a inventarem novos robots!

“A máquina não isola o homem dos grandes problemas da natureza, mas insere-o mais profundamente neles”
Antoine Saint-Exupéry


1Esta vitória acontece em situações polémicas, uma vez que perante uma jogada que envolve sacrificar uma peça e que depois poderá trazer benefícios tácticos (gambito), a máquina demorou muito tempo a jogar, e não “comeu” (acto de retirar do tabuleiro uma peça e ocupar o lugar da peça “comida”) a valiosa peça que iria ser sacrificada. Houve suspeitas de que a máquina tivesse sido reiniciada e esta jogada tivesse sido feita manualmente e Kasparov nunca reconheceu a derrota.


A Bibliografia deste trabalho é:
1. wikipedia, a encilopedia livre
2. encyclopaedia britannica library
3. bionicaspn.blogspot.com
4. Robot, de Lisa Moss, da editora Civilização
5. Jornal Expresso, 04/10/08

Barcos, novos mares, novas guerras

Este pequeno trabalho de investigação tem por objectivo dar a conhecer os mais importantes tipos de barcos, a sua evolução e a maneira como influenciaram a expansão e colonização de novos mundos e territórios.
Desde cedo que o homem se dedicou à pesca, mas realmente desde quando terá utilizado verdadeiros barcos que lhe permitissem fazer viagens de maior dimensão? Um do primeiros barcos conhecidos é o trirreme, utilizado pelos fenícios, pelos gregos, pelos egípcios e mais tarde pelos romanos no Mediterrâneo. Tinha este nome uma vez que os seus remadores estavam dispostos em três andares diferentes, sendo os remadores num total de 150. O Mar Egeu (que separa a Grécia da a Turquia) é pontilhado por centenas de ilhas, sendo pois o uso de barcos resistentes indispensável. Foi este tipo de barco que deu a vitória aos gregos em algumas batalhas contra os persas e impulsionou a colonização grega do Mediterrâneo.
Avancemos no tempo até ao começo do século VIII e aos mares do Norte. Aqui, alguns vikings abandonaram a Escandinávia em drakkars ou em knorrs, barcos diferentes mas muito resistentes aos ventos e ondas fortes do Atlântico Norte. Sem eles, os vikings não teriam sido os primeiros europeus a pisarem o solo do continente norte-americano (pelo que se julga), bem como não teriam descoberto as ilhas Sthetland, Faroé, Islândia, Gronelândia e outros territórios. Estes homens impetuosos usaram estes barcos para colonizarem estas novas áreas por eles descobertas e usaram-nas também para saquear e conquistar vastas áreas no litoral da Grã-Bretanha, Normandia e outros litorais europeus.
Nos séculos XIII e XIV, foram inventados os portulanos — mapas dos portos do Mediterrâneo — e criados mapas-mundi. Chegaram também à Europa a bússola, o compasso e o astrolábio. Os navegadores europeus, com a notável excepção dos vikings, não se afastavam da costa, uma vez que não possuíam barcos e técnicas que lhes permitissem sobreviver no mar alto. Assim, reunidas as condições técnicas, há uma verdadeira revolução nos transportes marítimos com o aparecimento da caravela, que surge no século XV.
Com este novo navio, inventado pelos portugueses mas também usado pelos espanhóis, puderam ser exploradas áreas com ventos desconhecidos mas também com um mar mais bravo que o Mediterrâneo. 
Quando em 1422 os turcos (também conhecidos por otomanos) tomaram Constantinopla, actual Istambul, as rotas que uniam o Extremo Oriente e as especiarias e a seda à Europa foram cortadas. Assim, quando os primeiros portugueses trouxeram especiarias da Índia, a Europa inteira vibrou: havia sido descoberto o fim de África (que não se sabia se existia) e esse fim havia sido contornado. Havia agora uma rota marítima que unia a Europa ao Oriente!
A supremacia marítima ibérica acabou por desaparecer e começou uma verdadeira “Guerra Total” nos mares. Piratas e navios de diferentes nações lutaram por ro
ubar os produtos trazidos das Américas (entretanto descobertas) e do Oriente aos navios que as transportavam. Surgem, assim, os Galeões, enormes navios muito maiores que as caravelas e com uma imensa capacidade de carga, bem protegidos e apetrechados com artilharia. É com estas novas embarcações que um português chamado Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, circum-navega pela primeira vez a Terra, provando que ela é redonda.
Mas, se por um lado apareciam novos e robustos navios, preparados para resistir aos ataques de corsários e de rivais, não tardaram a aparecer fragatas, barcos ainda maiores e mais pujantes.
Surge, em 1807, logo de seguida, o barco que será o intermédio entre as fragatas e os galeões e os poderosos vasos de guerra a motor, usados nas Grandes Guerras Mundiais. É o navio a vapor, que funciona com base na invenção de James Watt.
Estamos agora no século XIX. A Europa, com especial relevo para a Inglaterra, França e Alemanha, está a ser incrivelmente industrializada. Surge, substituindo a fragata, o cruzador. Um navio enorme e melhor armado que os anterior. Na segunda Guerra Mundial, bem como na primeira, este tipo de vasos de guerra é usado essencialmente para escoltar porta-aviões e na guerra anti-submarina. 
Mas já que estamos a falar de submarinos, porque não referi-los? Um novo tipo de barcos, totalmente diferente dos anteriormente construídos, que navega por baixo de água. E quantas vantagens não trouxeram estas novas embarcações? Que melhor maneira de explorar os fundos oceânicos? De facto, num curtíssimo espaço de tempo, surgiram novas armas navais e tecnologias aperfeiçoadas, que rapidamente ficaram obsoletas para dar lugar a melhores. Falemos dos porta-aviões, navios imensos, com uma plataforma que ocupa o que seria normalmente designado por convés, onde aviões podem descolar e aterrar. Estes navios foram considerados a parte principal de qualquer frota por grande número de nações, excluindo a Itália de Mussolini e a antiga U.R.S.S.
Falemos também dos couraçados, navios extremamente pesados, com uma imensa blindagem e potentíssimo armamento. O mais conhecido destes talvez seja o navio alemão da Segunda Guerra Mundial Bismark, que pesava 50.000 toneladas, afundado por duas frotas inglesas. E no entanto, apesar das suas características, como seja o enorme tamanho e incrível poder de fogo, os últimos couraçados estão na reserva desde há muito!
Por outro lado, a mais conhecida operação envolvendo barcos é certamente Dunquerque, onde foram salvos mais de 200.000 dos 400.000 soldados franceses e ingleses, na Segunda Guerra Mundial, encurralados em Dunquerque, na Normandia, pelos exércitos alemães.
Os barcos, bem como todas as armas, estão em constante evolução e aperfeiçoamento. Quem sabe que novos navios nos trará o futuro? É certo, no entanto, que viajar por mar foi desde sempre importante e que a pesca e as viagens marítimas contribuíram para o desenvolvimento das sociedades. Os barcos, essas construções criadas pelos homens para enfrentarem a fúria das ondas, evoluíram, desde a jangada ao submarino. Mas algo têm em comum: o mar é a seu mundo, e fora dele não são nada.
A melhor forma de acabar este trabalho, é pois citar Charles Baudelaire,
“Homem livre, tu sempre gostarás do mar.”


A Bibliografia deste trabalho é:
1. wikipedia, the free encyclopedia
2. encyclopaedia britannica library
3. biclaranja.blogs.sapo.pt
4. topazio1950.blogs.sapo.pt
5. www.secondworldwarhistory.com
6. www.esec-josefa-obidos.rcts.pt
7. www.sabercultural.com
8. As Grandes Explorações, de Sylvie Deraine, da editora Centralivros