15.10.08

Barcos, novos mares, novas guerras

Este pequeno trabalho de investigação tem por objectivo dar a conhecer os mais importantes tipos de barcos, a sua evolução e a maneira como influenciaram a expansão e colonização de novos mundos e territórios.
Desde cedo que o homem se dedicou à pesca, mas realmente desde quando terá utilizado verdadeiros barcos que lhe permitissem fazer viagens de maior dimensão? Um do primeiros barcos conhecidos é o trirreme, utilizado pelos fenícios, pelos gregos, pelos egípcios e mais tarde pelos romanos no Mediterrâneo. Tinha este nome uma vez que os seus remadores estavam dispostos em três andares diferentes, sendo os remadores num total de 150. O Mar Egeu (que separa a Grécia da a Turquia) é pontilhado por centenas de ilhas, sendo pois o uso de barcos resistentes indispensável. Foi este tipo de barco que deu a vitória aos gregos em algumas batalhas contra os persas e impulsionou a colonização grega do Mediterrâneo.
Avancemos no tempo até ao começo do século VIII e aos mares do Norte. Aqui, alguns vikings abandonaram a Escandinávia em drakkars ou em knorrs, barcos diferentes mas muito resistentes aos ventos e ondas fortes do Atlântico Norte. Sem eles, os vikings não teriam sido os primeiros europeus a pisarem o solo do continente norte-americano (pelo que se julga), bem como não teriam descoberto as ilhas Sthetland, Faroé, Islândia, Gronelândia e outros territórios. Estes homens impetuosos usaram estes barcos para colonizarem estas novas áreas por eles descobertas e usaram-nas também para saquear e conquistar vastas áreas no litoral da Grã-Bretanha, Normandia e outros litorais europeus.
Nos séculos XIII e XIV, foram inventados os portulanos — mapas dos portos do Mediterrâneo — e criados mapas-mundi. Chegaram também à Europa a bússola, o compasso e o astrolábio. Os navegadores europeus, com a notável excepção dos vikings, não se afastavam da costa, uma vez que não possuíam barcos e técnicas que lhes permitissem sobreviver no mar alto. Assim, reunidas as condições técnicas, há uma verdadeira revolução nos transportes marítimos com o aparecimento da caravela, que surge no século XV.
Com este novo navio, inventado pelos portugueses mas também usado pelos espanhóis, puderam ser exploradas áreas com ventos desconhecidos mas também com um mar mais bravo que o Mediterrâneo. 
Quando em 1422 os turcos (também conhecidos por otomanos) tomaram Constantinopla, actual Istambul, as rotas que uniam o Extremo Oriente e as especiarias e a seda à Europa foram cortadas. Assim, quando os primeiros portugueses trouxeram especiarias da Índia, a Europa inteira vibrou: havia sido descoberto o fim de África (que não se sabia se existia) e esse fim havia sido contornado. Havia agora uma rota marítima que unia a Europa ao Oriente!
A supremacia marítima ibérica acabou por desaparecer e começou uma verdadeira “Guerra Total” nos mares. Piratas e navios de diferentes nações lutaram por ro
ubar os produtos trazidos das Américas (entretanto descobertas) e do Oriente aos navios que as transportavam. Surgem, assim, os Galeões, enormes navios muito maiores que as caravelas e com uma imensa capacidade de carga, bem protegidos e apetrechados com artilharia. É com estas novas embarcações que um português chamado Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, circum-navega pela primeira vez a Terra, provando que ela é redonda.
Mas, se por um lado apareciam novos e robustos navios, preparados para resistir aos ataques de corsários e de rivais, não tardaram a aparecer fragatas, barcos ainda maiores e mais pujantes.
Surge, em 1807, logo de seguida, o barco que será o intermédio entre as fragatas e os galeões e os poderosos vasos de guerra a motor, usados nas Grandes Guerras Mundiais. É o navio a vapor, que funciona com base na invenção de James Watt.
Estamos agora no século XIX. A Europa, com especial relevo para a Inglaterra, França e Alemanha, está a ser incrivelmente industrializada. Surge, substituindo a fragata, o cruzador. Um navio enorme e melhor armado que os anterior. Na segunda Guerra Mundial, bem como na primeira, este tipo de vasos de guerra é usado essencialmente para escoltar porta-aviões e na guerra anti-submarina. 
Mas já que estamos a falar de submarinos, porque não referi-los? Um novo tipo de barcos, totalmente diferente dos anteriormente construídos, que navega por baixo de água. E quantas vantagens não trouxeram estas novas embarcações? Que melhor maneira de explorar os fundos oceânicos? De facto, num curtíssimo espaço de tempo, surgiram novas armas navais e tecnologias aperfeiçoadas, que rapidamente ficaram obsoletas para dar lugar a melhores. Falemos dos porta-aviões, navios imensos, com uma plataforma que ocupa o que seria normalmente designado por convés, onde aviões podem descolar e aterrar. Estes navios foram considerados a parte principal de qualquer frota por grande número de nações, excluindo a Itália de Mussolini e a antiga U.R.S.S.
Falemos também dos couraçados, navios extremamente pesados, com uma imensa blindagem e potentíssimo armamento. O mais conhecido destes talvez seja o navio alemão da Segunda Guerra Mundial Bismark, que pesava 50.000 toneladas, afundado por duas frotas inglesas. E no entanto, apesar das suas características, como seja o enorme tamanho e incrível poder de fogo, os últimos couraçados estão na reserva desde há muito!
Por outro lado, a mais conhecida operação envolvendo barcos é certamente Dunquerque, onde foram salvos mais de 200.000 dos 400.000 soldados franceses e ingleses, na Segunda Guerra Mundial, encurralados em Dunquerque, na Normandia, pelos exércitos alemães.
Os barcos, bem como todas as armas, estão em constante evolução e aperfeiçoamento. Quem sabe que novos navios nos trará o futuro? É certo, no entanto, que viajar por mar foi desde sempre importante e que a pesca e as viagens marítimas contribuíram para o desenvolvimento das sociedades. Os barcos, essas construções criadas pelos homens para enfrentarem a fúria das ondas, evoluíram, desde a jangada ao submarino. Mas algo têm em comum: o mar é a seu mundo, e fora dele não são nada.
A melhor forma de acabar este trabalho, é pois citar Charles Baudelaire,
“Homem livre, tu sempre gostarás do mar.”


A Bibliografia deste trabalho é:
1. wikipedia, the free encyclopedia
2. encyclopaedia britannica library
3. biclaranja.blogs.sapo.pt
4. topazio1950.blogs.sapo.pt
5. www.secondworldwarhistory.com
6. www.esec-josefa-obidos.rcts.pt
7. www.sabercultural.com
8. As Grandes Explorações, de Sylvie Deraine, da editora Centralivros

5 comentários:

Anónimo disse...

É muito impressionante o curto espaço de tempo que vai desde os Portugueses (e Espanhóis) terem as condições técnicas para navegar em alto mar e terem de facto percorrido todo o globo!!!

Anónimo disse...

Um belo trabalho! Mesmo assim o autor poderia talvez ter dado um toque mais pessoal, pois penso que terá visitado um submarino e visto uma pequena embarcação que participou na operação dinamo? ;) Não sei se terá fotografias desses eventos? De qualquer modo, muito bom, este trabalho sobre barcos!

Nukutawiti disse...

Senhor Hinewhaitiri, apesar de ter razão, o seu comportamento é incaceitável. Guarde os seus comentários sobre a vida de Nuutawiti para ele para a sua montanha!

dennishobson disse...

http://www.bbnautica.com.br

lanchas bbnautica disse...

Impressionante
http://www.bbnautica.com.br/