25.4.08

Incas, cidades sobre as nuvens (parte III)

O legado dos Incas, um tesouro esquecido 

Os Incas construíram um sistema notável de estradas. Uma grande via com 3600 km corria ao longo da costa enquanto que outra idêntica atravessava o interior. Esta rede de estradas, com pontes em suspensão sobre os abismos e túneis escavados na rocha, ajudou fortemente os espanhóis na conquista.
Uma das 7 maravilhas do mundo, Machu Picchu é um impressionante conjunto de ruínas quase intactas de um importante centro económico e religioso do Império Inca. Construído a 2350 metros de altura, foi daqui que, na cordilheira de Vicabamba, os últimos imperadores incas comandaram revoltas e ataques aos espanhóis. A cidade não é grande, mas para além dos fantásticos edifícios, contém terraços para a prática de agricultura suficientes para alimentar a população. Estas ruínas são a maior atracção turística do Perú.
Foi nos Andes, especialmente em locais de grande importância como Tiwanaku, Cuzco e Chan Chan, que encontramos as únicas estruturas de alguma dimensão na América do Sul. Em todas as civilizações que floresceram naquela área sabemos que havia duas coisa que todas sabiam fazer de um forma extremamente evoluída e bela: os trabalhos em ouro e prata e peças feitas através da olaria. Outras civilizações dominavam também a tecelagem e as grandes construções em pedra.

O mais fantástico sobre os Incas é que a próspera e influente civilização que eles criaram desenvolveu-se sem a roda, sem cavalos e sem outros animais de carga (apesar de existirem lamas nos Andes, estes não suportam grandes pesos) e sem escrita. Assim, para manter a sua cultura, os Incas dependiam da transmissão oral de geração em geração.
Parte da população Inca era um povo, divido em tribos (que falavam línguas diferentes), chamado Quechua e que hoje em dia são entre treze a dezasseis milhões de indivíduos. Os Quechua eram essencialmente agricultores, que vivam em pequenos grupos nas alturas. Com os espanhóis, a sua população reduziu drasticamente, assim como os seis milhões de Incas que habitavam os Andes nessa altura passaram a ser um milhão e meio.
Assim, é triste ver que os conquistadores espanhóis mataram, quer com as suas espadas quer com as suas doenças, um grande número de nativos. mas eles também reduziram a civilização Inca e a sua arte a um sussurro e esses, ao contrário dos números da população, não voltaram a crescer.


A bibliografia deste post é:
— Encyclopaedia Britannica Library
— Wikipedia
— www.richgros.com
— www.history.ucla.edu

Incas, cidades sobre as nuvens (parte II)

Religião e sociedade:

A religião inca era um conjunto de histórias e lendas que explicavam ou simbolizavam os benefícios e os mistérios da Natureza e da civilização Inca. Os incas praticavam um conjunto de cerimónias e rituais e acreditavam em diversos Deuses, poderes mágicos e forças da Natureza.
Viracocha era um herói conhecido: era também o Deus criador dos incas e, talvez por isso, tivesse uma longa lista de títulos. de qualquer forma era Inti, o Deus Sol, o mais importante no panteão inca e dizia-se que era o antepassado divido deste povo: os incas chaavam-lhe de pai. Havia centenas de Deuses (os incas eram politeístas). Entre os mais importantes contam-se a esposa de Inti, Manna Quilla, Deusa da Lua, que chorava prata, e o deus da Chuva, Apu Illapu, adorado especialmente pelos camponeses. 
Os incas tinham, também, diversos festivais (pelo menos 1 por mês) e praticavam sacrifícios. Estes últimos só eram feitos em ocasiões especiais e podiam ser tanto de humanos como de animais. Estes eram realizados nos diversos templos, que eram chefiados por um padre. Os padres eram muito poderosos e o seu chefe, o padre do templo do Deus Sol em Cuzco, competia em autoridade com o Inca.

As civilizações dos Andes haviam sentido necessidade de desenvolver um conjunto de valores e ideais que acabaram por se tornar num sistema económico e político quase idêntico entre as várias civilizações. Assim, os incas, tal como todas as outras tribos e civilizações dos Andes, tentavam aceder ao maior número de recursos possível, formando colónias permanentes.
Os incas tornaram-se o mais poderoso estado de toda a cordilheira de montanhas. Enquanto cresciam, aperfeiçoavam ou criavam métodos e técnicas em todos os sectores políticos e económicos.
Com a chegada dos espanhóis, a população dos Andes foi essencialmente utilizada na exploração de minérios como ouro, prata e cobre e a agricultura praticada nas alturas foi praticamente esquecida.
A sociedade Inca estava altamente estratificada. Apesar de a população estar organizada num elevado conjunto de estratos sociais, podemos dizer que cada homem era um agricultor, na medida em que fazia a sua própria roupa e comida.


A bibliografia deste post é:
— Britannica Encyclopaedia Library
— Wikipedia, the free Enciclopedia

Incas, Cidades sobre as nuvens

Um Império com História

Estamos nos Andes. Nesta vasta cordilheira, um tapete de picos que crescem para os céus, que se estende por uns impressionantes 8900 km, formidável muralha que separa uma estreita faixa de costa do resto do continente, tinham vindo a surgir civilizações desde 2500 antes da nossa era.
O aparecimento destas civilizações, que floresciam por toda aquela área, só tinha sido possível devido ao sucesso que uma agricultura rural tivera, naquelas terras perdidas entre os precipícios sem fim e as alturas inalcansáveis. Estas civilizações possuíam uma olaria muito avançada e bela assim como dominavam os trabalhos em ouro e prata. Provavelmente, foi a civilização de Tiwanaku, surgida no que hoje é a Bolívia do Norte, a última antes do incas.

No começo os incas eram apenas uma tribo, como tantas outras pelo Andes. Mas, partindo da área de Cuzco, comandados pelo seu primeiro imperador, o Inca Manco Capac, e seus sucessores, foram-se expandindo, crescendo economicamente e assimilando outras tribos e territórios. Aquando da chegada dos espanhóis o império e tinha uma extensão impressionante e era, certamente, o maior da América pré-Colombiana, com domínios que se estendiam do Equador ao Chile. Mas retrocedamos um pouco no tempo: com a morte de Huayna Capac (que morreu, como viram a morrer muitos incas, com uma doença trazida por uma tribo que havia estado em contacto com os espanhóis) começa uma guerra civil entre 2 irmãos, que ainda não estava resolvida quando chegaram os espanhóis.
Com apenas 180 homens, 27 cavaleiros, 1 canhão e uma diplomacia bestial, Pizarro conseguiu derrotar o exército de 80.000 homens do vencedor da guerra civil. Aprisionando o Inca (que é o monarca) exigiu um resgate que demonstrou as riquezas daquela terra prodigiosa: os incas encheram a sala onde o imperador estava preso com estátuas, moedas e outros objectos de ouro e pagaram também o dobro em prata.
Os incas retiraram-se para as montanhas de Vilcabamba, onde só viriam a ser descobertos e derrotados 36 anos depois.
Pizarro chegou em Julho de 1532. Em 1535, a pesar de os espanhóis ainda irem demorar algumas dezenas de anos a submeter todo o peru e a conquistar o Chile, o império Inca estava perdido.


A bibliografia deste post é:
— Encyclopaedia Britannica Library
— Wikipedia
— www.richgros.com
— www.history.ucla.edu

19.4.08

Exploradores do Norte, antecessores de Colombo


Por volta de 982, o pequeno Erik, seguindo o seu pai que tinha sido expulso por homicídio, abandonou a Noruega e partiu para a Islândia, passando por outras colónias vikings nas Shetland e nas Féroe.
Erik foi expulso, também ele, da Islândia, durante 3 anos. Para onde ir?, deve ter sido a questão que colocou a si próprio. Assim, a única opção que lhe restava era seguir a pista duma terra que um norueguês havia afirmado ter visto, a Oeste. Recrutou uma tripulação e aventurou-se durante 280 km de um oceano repleto de perigos. Descobriu a Gronelândia*. A costa estava gelada, mas depois de passarem o Cabo Farewell, encontraram uma terra desabitada, rica em peixe e pastagens. />
Em 986, Erik voltou à Islândia. Recrutou colonos e zarpou novamente para a Gronelândia. Das 25 embarcações que partiram, só 14 chegaram. Algumas afundaram-se, outras voltaram para trás. A população da ilha foi crescendo, partindo dos 350 colonos em 986, passando para quase 1000, no ano 1000. Depois, a ilha foi lentamente morrendo, por estar demasiado isolada da Noruega, o que a impedia de receber recursos materiais.

Erik teve vários filhos, um dele chamava-se Leif Ericson (em Norueguês, son é filho. Erik tinha também o mesmo tipo de nome: Erik Thorvaldson). Seguindo, mais uma vez, as indicações de um pescador perdido, Leif foi, com 35 homens (o seu pai não pode ir, pois tinha partido uma perna) explorar essa terra. Estes vikings descobriram várias terras antes de Vinland (terra do vinho), mas foi aqui que sedentarizaram. Esta terra tem uma localização incerta, mas calcula-se que seja na extremidade Norte da Terra Nova.
Correm também ideias e teorias de que os vikings desceram pela costa dos E.U.A. até ao Golfo do México. A base destas teorias são os índios nativos descobertos pelos espanhóis, como Astecas e mais a Sul os Incas, terem lendas sobre grandes homens com barba e cabelo loiro, tão diferentes dos da sua raça.
O que é certo é que, se Leif Ericsson e seus homens não foram os primeiros Europeus a pisar o solo americano, foram dos primeiros. Dos primeiros, que antecederam Colombo por quase 500 anos.


*Em Norueguês Gronelândia é Greenland, ou terra verde. Islândia é Iceland, ou terra do gelo. É algo bizarro, reparar que chamaram terra do gelo à mais verdejante, e terra verde à mais fria. Um dos motivos mais óbvios para esta troca de nomes foi o desejo de Erik de atrair colonos, esperando, com este nome mais agradável, convencê-los a zarpar para a terra que ele havia descoberto.


A Bibliografia deste post é:

Britannica Encyclopaedia Library
As Viagens dos Grandes Exploradores
www.wpclipart.com
www.gutenberg.org