29.12.08

Escultura Renascentista


Na Idade Média, as estátuas eram rígidas, pouco rigorosas e estavam quase sempre ligadas a edifícios. No Renascimento, a escultura recuperou a grandeza da Antiguidade Clássica e para tal contribuíram as escavações arqueológicas realizadas na altura em Roma, que deram a conhecer ao mundo inúmeras obras primas da estatuária greco-romana. Aí se inspiraram os escultores Renascentistas -— entre os quais se destacaram Donatello (1386-1466), Lorenzo Ghiberti (1378- 1455), Bernardo Rosselino (1386- 1466), Andrea del Verrochio (1435- 1488) e Miguel Ângelo (1475- 1488) – para darem uma “nova vida” à escultura.
As esculturas do Renascimento são caracterizadas pelo grande rigor anatómico (para o qual contribuiu o desenvolvimento do estudo da anatomia realizado na época), pelo naturalismo, pelo realismo e pelo humanismo.
Os escultores, nas suas obras, que eram na maioria representações de uma figura humana nua, procuravam exprimir as paixões e os sentimentos característicos do Homem, baseando-se na Bíblia, na mitologia e na Natureza.

Foi também no Renascimento que os escultores passaram a dominar com perícia os materiais utilizados: mármore, pedra, bronze, madeira ou terracota. Na escultura Renascentista destaca-se ainda o desenvolvimento dos estudos de
perspectiva que se baseavam em rigorosos desenhos prévios que permitiam às esculturas adquirir a proporção e o rea
lismo características do Renascimento.

Pintura Renascentista

A pintura renascentista teve dois focos de desenvolvimento fundamentais: na Itália (principalmente na cidade de Florença) e na Flandres, onde surgiram no século XV a técnica da pintura a óleo (inventada por Van Eyck) e a utilização da perspectiva.
Na pintura do Renascimento existe uma grande preocupação com o equilíbrio da composição. Nesta época era muitas vezes utilizada a composição em pirâmide, que era uma composição simples e equilibrada. Outra característica essencial no Renascimento era o naturalismo. Os pintores tentavam representar as paisagens, as pessoas, os animais e todas as coisas com a sua forma original, da maneira mais fluída possível.
A pintura renascentista caracterizou-se ainda pela introdução de novos temas. Além dos temas religiosos, surgiram os da mitologia grego-romana, os do quotidiano e ainda o retrato.
Surgiu um número impressionante de grandes pintores nos séculos XV e XVI. Entre os pintores italianos do Renascimento os mais importantes foram: Botticelli, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Tiziano e Rafael. Leonardo da Vinci foi o autor da famosa pintura Gioconda (mais conhecida por Monalisa), Miguel Ângelo foi o criador dos frescos da Capela Sistina no Vaticano e Rafael autor de muitas imagens da Virgem com o Menino. Mas a lista de artistas é imensa e falar apenas destes é menosprezar o trabalho de outros como Júlio Romano e Antonio Allegri, que fizeram também eles obras incríveis.
 
No Norte da Europa destacou-se Van Eyck (flamengo), sendo um dos primeiros a trabalhar a perspectiva e o naturalismo e ainda os alemães Albrecht Durer e Holbein, considerados excelentes retratistas.
A pintura renascentista apareceu ainda no século XV em Portugal. Destacou-se na pintura Nuno Gonçalves, por ter realizado os Painéis de São Vicente de Fora. No século XVI o mais importante deverá ter sido Vas
co Fernandes.

Arquitectura Renascentista

arquitectura renascentista aproxima-se das formas clássicas dos edifícios da Antiga Roma e da Antiga Grécia. Os edifícios renascentistas procuravam traduzir os ideais representados nas construções da antiguidade, onde era visível uma ordem e beleza que se dizia existir na Natureza. Como a Natureza era a maior criação de Deus, era certamente aí que estavam escondidos os limites da perfeição. Assim, os arquitectos renascentistas procuram a perfeição da Natureza conseguida em parte pelos antigos.
O Renascimento é caracterizado, nos edifícios religiosos, por uma mudança incrivelmente rápida. Enquanto que na Idade Média as igrejas tinham a forma de cruz, com o maior braço da cruz a ser a nave, o que era visto como uma homenagem a Deus, no Renascimento temos igrejas com um ponto central, tipicamente um círculo (por ser visto como a forma mais perfeita e logo a que mais se podia comparar a Deus), e com as naves simétricas.
Os mais famosos arquitectos renascentistas foram Filippo Brunelleschi, Leon Battista Alberti e Miguel Ângelo. O primeiro começou a distinguir-se quando terminou a catedral de Florença, que estava inacabada. Ergueu a grande cúpula e estruturou o edifício por dentro de uma maneira nova. O auge deste artista é atingido em construções religiosas. Mas Brunelleschi também inventou inúmeras máquinas para resolver os problemas que se lhe deparavam ao longo da construção dos seus edifícios. Foi um dos pioneiros da arquitectura renascentista e rapidamente se tornou no maior arquitecto de Florença.
Leon Battista Alberti criou também inúmeras construções, estando as melhores e maiores localizadas em Florença e Mântua. Viajando constantemente entre Florença e Roma, suas “casas intelectuais”, onde influenciava e era influenciado, escreveu também vários livros.
Miguel Ângelo quase nem precisa de apresentação. Distingiu-se em tudo o que fez: os seus quadros e sobretudo os seus frescos são belos e transmitem uma imensa mensagem, as suas esculturas são famosas e as suas construções são ousadas. Miguel Ângelo supervisionou a construção da basílica de S. Pedro, no Vaticano, e projectou a enorme cúpula, onde se nota uma enorme tensão e um fascinante efeito de claro-escuro com as janelas. Esta tensão presente em todos os seus trabalhos cria uma impressão de instabilidade e expõe os problemas humanos na pedra fria como se as suas obras fossem de carne viva.
Em Portugal a mais notável construção renascentista é certamente o Convento de Cristo, construído pela já extinta Ordem de Cristo, em Tomar.

Renascimento

O Renascimento é o renascer da cultura clássica que se deu nos séculos XV e XVI. Neste período a Arte adquiriu uma maior autonomia em relação à Igreja. A rica burguesia e alta nobreza começaram a praticar o mecenato, encomendando ricas estátuas, palácios e pinturas. Os escultores (como Miguel Ângelo), pintores (como Tiziano) e arquitectos (como Filippo Brunelleschi) deixaram de ser vistos como meros artesãos e passaram a ser vistos como artistas e a Arte ganhou nova importância. Leon Battista Alberti exprimiu aquilo em que consiste o pensamento renascentista e o homem desta época com a frase “O Homem pode fazer tudo o que quiser se desejar.”
Esta foi uma época de mudança onde as várias cidades e famílias rivalizavam na beleza dos seus palácios, estátuas, igrejas, pinturas e convidavam os maiores artistas a criarem peças de arte novas, diferentes e únicas. Deste modo vários artistas atingiram o seu auge. Foi um período de grande dinamismo cultural.
O Renascimento teve origem nas cidades italianas de Siena e de Florença. Foi-se espalhando, até abranger toda a Itália onde foi criada uma promoção cultural única na história da Europa. Cidades como Veneza, Milão, Trento, Bolonha, Roma, Florença e Siena tornam-se centros de grande importância cultural.


Toda a bibliografia destes e dos próximos 3 post é:

— www. florence-tourism.com
— historia8.blogs.sapo
— www.paggiarella.it
— www.joraga.net
— upload.wikimedia.com
— Encyclopaedia Britannica Library
— pt.wikipedia.org
— www.wikipedia.org
— embaixada deportugal.jp
— www.notapositiva.com
— História da Arte, Editora Girassol
— História8, Liboa Editora
— Dicionário Visual da Arquitectura, Editora Verbo
— santodecadadia.blogspot.com

3.12.08

Força aérea soviética, iguais em terra, diferentes no ar

A força aérea vermelha possuía cerca de 18.000 veículos em 1941, empregando mais de 20.000 pilotos e 180.000 pessoas no que dizia respeito à parte técnica. Vemos, assim, que a União Soviética trabalhava com os números e não com a qualidade, pois era impossível produzir aviões de grande valor em tal quantidade.Quando, em Junho de 1941, Hitler lançou a operação Barbarossa, cujo objectivo era anexar a imensa União Soviética ao Terceiro Reich, um dos primeiros e principais objectivos era a aniquilação dos aviões russos. Assim, logo no primeiro dia, foram destruídos 1200 aviões vermelhos, 800 deles destruídos nos aeródromos bombardeados.
À medida que os alemães avançavam pelo terreno em direcção a Moscovo, as fábricas de guerra soviéticas recuavam para os Urais. Assim, em 1942 foram produzidos novos 8.000 veículos e no ano seguinte mais de 18.000. Os vermelhos resistiram em Moscovo e, ajudados pela pressão aliada no Oeste, foram “empurrando” os alemães e reconquistando “as belas terras russas”, acabando por ser os primeiros a chegar a Berlim.
Foram destruídos cerca de 45.000 aviões pela Luftwaffe, ao longo de toda a guerra. O número de veículos construídos é muito superior, ultrapassando os 80.000, sem falar dos 18.000 aviões importados do Reino Unido e dos Estados Unidos da América.
Mas quais eram de facto os aviões russos? E qual o seu real valor?
O mais conhecido, certamente por ser o melhor, é o Yakovlev, que foi criado em 4 versões distintas (1, 3 7, 9). Este caça mono-lugar, também usado com caça-bombardeiro, tinha na sua versão final, uma velocidade bastante aceitável de 700km/h, um raio de quase 1000km e, apesar de comparativamente a outros caças ser pequeno e leve, estava bem armado, com duas bombas, duas metralhadoras e um canhão de 23mm. Foram produzidos, assim, cerca de 30.000
Não poderia também deixar de referir o Lavochkin. Era também um caça-bombardeiro, com um raio de 1000 km, uma velocidade bastante inferior à dos melhores caças da época mas mais uma vez o canhão da frente bastante potente e duas metralhadoras. Carregava quatro foguetes ou 150kg de bombas. Este avião era usado a baixas altitudes e na bem conhecida batalha de tanques em Kursk foi usado contra estes veículos, ceifando muitos entre os alemães. Apesar da sua aparente falta de velocidade, este avião era resistente e podemos comprovar a sua eficácia com as 62 vitórias que o ás russo Ivan Kojedub atingiu exclusivamente em modelos deste avião.
Por fim, seria inaceitável não falar do Tupolev, o melhor bombardeiro russo ao longo da guerra, comparável aos melhores bombardeiros dos americanos e ingleses. Era um bombardeiro médio, não muito pesado, com quatro lugares, um raio de 2100 km e uma velocidade de 547 km/h. A qualidade deste avião é provada pelos seus 8 anos de serviço, alguns destes depois da guerra.

A bibliografia deste post é:
— www.arcforums.com
— www.aerospaceweb.org
— www.spartacus.schoolnet.co.uk
— Fighting Aircraft of World War II
— Aircraft of World War II

15.10.08

Biónica, entre a Natureza e a Tecnologia

Este pequeno trabalho de investigação tem por objectivo explicar da forma mais simples possível o que é a Biónica, indo depois aprofundar sobre as suas utilidades, sobre a sua criação e outras curiosidades.
Como definir biónica? A definição mais usual talvez seja: “Biónica é a ciência que estuda determinados processos biológicos, mecânicos e electrónicos dos seres vivos, com o objectivo de desenvolver projectos compatíveis com o meio biológico e tentando aprender com ele.” Podemos assim considerar a Biónica como que uma ligação entre a Biologia e a Física, que recorre à Natureza para usar o resultado da aprendizagem na criação de nova tecnologia.
Graças à biónica, um sem-número de pessoas com partes do corpo perdidas ou deficientes, como é o caso de um militar norte-americano, que perdeu a mão, podem usar próteses biónicas. Assim, este soldado usou o i-LIMB, uma mão-biónica desenvolvida por uma empresa escocesa, e pode agora abrir portas e realizar outras acções simples.
Mas um verdadeiro milagre da biónica, que no entanto ainda se encontra em desenvolvimento são as próteses biohídricas. Estas próteses são controladas pelo cérebro, através dos nervos que antes controlavam a parte do corpo em falta. Mas relacionado com este assunto fala-nos António Damásio, na revista do jornal Expresso de 04/10/08. Este conceituado neurocientista foi um dos oito cientistas portugueses escolhidos pelo Expresso para falarem das investigações que vão mudar o mundo nos próximos anos. António Damásio fala-nos de próteses que, apenas com pensamento do seu portador, se mova
m quase instantaneamente. E nas suas palavras, “não é um cenário futurista”.
Mas desde quando existe a biónica? Em 1945 foi criada a primeira máquina de diálise renal, e daí em diante, as datas sucedem-se, incontáveis, de salto em salto, de progresso em progresso. Em 1978, um cidadão australiano foi o primeiro surdo a usar um implante auditivo e a ouvir. Em 1996, foi clonado o primeiro mamífero, a ovelha Dolly e no ano seguinte uma máquina, Deep Blue, bateu o campeão mundial de xadrez neste jogo, Garry Kasparov1. Em 2001, um electricista que perdera os braços num acidente, recebeu o primeiro braço totalmente robótico.
Uma importante parte da biónica é aquela que está relacionada com a Inteligência Artificial. Nesta área, talvez se destaquem a robótica, de que falarei nos parágrafos seguintes, e todo um conjunto de funções que acabam por incorporar, em conjunto com outras, novas e melhores tecnologias, como seja o caso do reconhecimento de linguagem, de sistemas tradutores, de jogos de computador e ainda de uma série de outros projectos e funções, usadas em áreas diferentes.
Os robots são máquinas de algum modo semelhantes aos homens, que realizam as suas acções como o homem, mas por vezes melhor ou em locais e momentos que o homem não poderia estar.
Um célebre filme, 2001, Odisseia no Espaço, retrata um cenário em que três homens, numa nave controlada por um robot, o Hal, são por este atacados e dois deles mortos. Apesar de a tecnologia robótica já estar num estado bastante avançado, ao contrário do retratado no filme, os robots ainda não conseguem pensar por si próprios e limitam-se a executar ordens dadas pelos humanos. Estas máquinas já têm muitas funções diferentes, e se vemos um robot que toca piano, também há aqueles que pintam carros ou exploram outros planetas.
Mas como funcionam realmente os robots? Não basta dizer “Apanha um prego” que ele o vai apanhar. É preciso dar ao robot todo um conjunto de ordens, que lhe digam que peças mover e como movê-las. Depois de devidamente programado, um robot é capaz de repetir a mesma acção com uma precisão superior a 90% tantas vezes quantas desejadas. Hoje em dia de tudo é possível fazer com robots, desde o “rato” que sai dum labirinto, até aqueles que jogam futebol, sem esquecer máquinas notáveis como o Robug III, com oito pernas totalmente independentes, que anda na vertical, diagonal ou horizontal, e com capacidade para arrastar uma carga de 100 kg, seja pelo chão ou parede acima. Mas não nos esqueçamo
s de mencionar o robot P2, um autêntico humanóide, capaz de correr e de se equilibrar quando empurrado.
Como serão no futuro os robots? Ninguém sabe. Mas a cada dia que passa são aperfeiçoados e quem sabe se um dia não haverá robots a construírem e a inventarem novos robots!

“A máquina não isola o homem dos grandes problemas da natureza, mas insere-o mais profundamente neles”
Antoine Saint-Exupéry


1Esta vitória acontece em situações polémicas, uma vez que perante uma jogada que envolve sacrificar uma peça e que depois poderá trazer benefícios tácticos (gambito), a máquina demorou muito tempo a jogar, e não “comeu” (acto de retirar do tabuleiro uma peça e ocupar o lugar da peça “comida”) a valiosa peça que iria ser sacrificada. Houve suspeitas de que a máquina tivesse sido reiniciada e esta jogada tivesse sido feita manualmente e Kasparov nunca reconheceu a derrota.


A Bibliografia deste trabalho é:
1. wikipedia, a encilopedia livre
2. encyclopaedia britannica library
3. bionicaspn.blogspot.com
4. Robot, de Lisa Moss, da editora Civilização
5. Jornal Expresso, 04/10/08

Barcos, novos mares, novas guerras

Este pequeno trabalho de investigação tem por objectivo dar a conhecer os mais importantes tipos de barcos, a sua evolução e a maneira como influenciaram a expansão e colonização de novos mundos e territórios.
Desde cedo que o homem se dedicou à pesca, mas realmente desde quando terá utilizado verdadeiros barcos que lhe permitissem fazer viagens de maior dimensão? Um do primeiros barcos conhecidos é o trirreme, utilizado pelos fenícios, pelos gregos, pelos egípcios e mais tarde pelos romanos no Mediterrâneo. Tinha este nome uma vez que os seus remadores estavam dispostos em três andares diferentes, sendo os remadores num total de 150. O Mar Egeu (que separa a Grécia da a Turquia) é pontilhado por centenas de ilhas, sendo pois o uso de barcos resistentes indispensável. Foi este tipo de barco que deu a vitória aos gregos em algumas batalhas contra os persas e impulsionou a colonização grega do Mediterrâneo.
Avancemos no tempo até ao começo do século VIII e aos mares do Norte. Aqui, alguns vikings abandonaram a Escandinávia em drakkars ou em knorrs, barcos diferentes mas muito resistentes aos ventos e ondas fortes do Atlântico Norte. Sem eles, os vikings não teriam sido os primeiros europeus a pisarem o solo do continente norte-americano (pelo que se julga), bem como não teriam descoberto as ilhas Sthetland, Faroé, Islândia, Gronelândia e outros territórios. Estes homens impetuosos usaram estes barcos para colonizarem estas novas áreas por eles descobertas e usaram-nas também para saquear e conquistar vastas áreas no litoral da Grã-Bretanha, Normandia e outros litorais europeus.
Nos séculos XIII e XIV, foram inventados os portulanos — mapas dos portos do Mediterrâneo — e criados mapas-mundi. Chegaram também à Europa a bússola, o compasso e o astrolábio. Os navegadores europeus, com a notável excepção dos vikings, não se afastavam da costa, uma vez que não possuíam barcos e técnicas que lhes permitissem sobreviver no mar alto. Assim, reunidas as condições técnicas, há uma verdadeira revolução nos transportes marítimos com o aparecimento da caravela, que surge no século XV.
Com este novo navio, inventado pelos portugueses mas também usado pelos espanhóis, puderam ser exploradas áreas com ventos desconhecidos mas também com um mar mais bravo que o Mediterrâneo. 
Quando em 1422 os turcos (também conhecidos por otomanos) tomaram Constantinopla, actual Istambul, as rotas que uniam o Extremo Oriente e as especiarias e a seda à Europa foram cortadas. Assim, quando os primeiros portugueses trouxeram especiarias da Índia, a Europa inteira vibrou: havia sido descoberto o fim de África (que não se sabia se existia) e esse fim havia sido contornado. Havia agora uma rota marítima que unia a Europa ao Oriente!
A supremacia marítima ibérica acabou por desaparecer e começou uma verdadeira “Guerra Total” nos mares. Piratas e navios de diferentes nações lutaram por ro
ubar os produtos trazidos das Américas (entretanto descobertas) e do Oriente aos navios que as transportavam. Surgem, assim, os Galeões, enormes navios muito maiores que as caravelas e com uma imensa capacidade de carga, bem protegidos e apetrechados com artilharia. É com estas novas embarcações que um português chamado Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, circum-navega pela primeira vez a Terra, provando que ela é redonda.
Mas, se por um lado apareciam novos e robustos navios, preparados para resistir aos ataques de corsários e de rivais, não tardaram a aparecer fragatas, barcos ainda maiores e mais pujantes.
Surge, em 1807, logo de seguida, o barco que será o intermédio entre as fragatas e os galeões e os poderosos vasos de guerra a motor, usados nas Grandes Guerras Mundiais. É o navio a vapor, que funciona com base na invenção de James Watt.
Estamos agora no século XIX. A Europa, com especial relevo para a Inglaterra, França e Alemanha, está a ser incrivelmente industrializada. Surge, substituindo a fragata, o cruzador. Um navio enorme e melhor armado que os anterior. Na segunda Guerra Mundial, bem como na primeira, este tipo de vasos de guerra é usado essencialmente para escoltar porta-aviões e na guerra anti-submarina. 
Mas já que estamos a falar de submarinos, porque não referi-los? Um novo tipo de barcos, totalmente diferente dos anteriormente construídos, que navega por baixo de água. E quantas vantagens não trouxeram estas novas embarcações? Que melhor maneira de explorar os fundos oceânicos? De facto, num curtíssimo espaço de tempo, surgiram novas armas navais e tecnologias aperfeiçoadas, que rapidamente ficaram obsoletas para dar lugar a melhores. Falemos dos porta-aviões, navios imensos, com uma plataforma que ocupa o que seria normalmente designado por convés, onde aviões podem descolar e aterrar. Estes navios foram considerados a parte principal de qualquer frota por grande número de nações, excluindo a Itália de Mussolini e a antiga U.R.S.S.
Falemos também dos couraçados, navios extremamente pesados, com uma imensa blindagem e potentíssimo armamento. O mais conhecido destes talvez seja o navio alemão da Segunda Guerra Mundial Bismark, que pesava 50.000 toneladas, afundado por duas frotas inglesas. E no entanto, apesar das suas características, como seja o enorme tamanho e incrível poder de fogo, os últimos couraçados estão na reserva desde há muito!
Por outro lado, a mais conhecida operação envolvendo barcos é certamente Dunquerque, onde foram salvos mais de 200.000 dos 400.000 soldados franceses e ingleses, na Segunda Guerra Mundial, encurralados em Dunquerque, na Normandia, pelos exércitos alemães.
Os barcos, bem como todas as armas, estão em constante evolução e aperfeiçoamento. Quem sabe que novos navios nos trará o futuro? É certo, no entanto, que viajar por mar foi desde sempre importante e que a pesca e as viagens marítimas contribuíram para o desenvolvimento das sociedades. Os barcos, essas construções criadas pelos homens para enfrentarem a fúria das ondas, evoluíram, desde a jangada ao submarino. Mas algo têm em comum: o mar é a seu mundo, e fora dele não são nada.
A melhor forma de acabar este trabalho, é pois citar Charles Baudelaire,
“Homem livre, tu sempre gostarás do mar.”


A Bibliografia deste trabalho é:
1. wikipedia, the free encyclopedia
2. encyclopaedia britannica library
3. biclaranja.blogs.sapo.pt
4. topazio1950.blogs.sapo.pt
5. www.secondworldwarhistory.com
6. www.esec-josefa-obidos.rcts.pt
7. www.sabercultural.com
8. As Grandes Explorações, de Sylvie Deraine, da editora Centralivros

6.9.08

Curtiss P-40, cavaleiros nos céus

Se passearmos pela longa lista dos aviões que combateram na 2ª Guerra Mundial, acabaremos por chegar, inevitavelmente, aos Curtiss. Deparamo-nos com três principais aviões: o Curtiss P-36 Mohawk, o Curtiss P-40 Tomahawk e o Curtiss P-40 Warhawk. Irei centrar-me nos P-40.
Oficialmente, todos estes Curtiss P-40 (havia muitos mais) eram chamados de Warhawk. No entanto, as forças inglesas e soviéticas dividiam-nos em três classes: os Warhawk, os Tomahawk e os Kittyhawk.
Apesar de ser um caça de pouca qualidade, comparado com os antecessores, o seu preço barato e a velocidade de produção compensavam, estando pois no “top five” de produção de aviões dos Estados Unidos. Foi produzido de 1938 a 1944, no final da guerra e serviu em inúmeros países.
Era, mesmo assim, o melhor caça americano na altura de Pearl Harbour, um caça de um lugar ou um caça bombardeiro.
 Em geral os vários modelos não possuíam uma velocidade excepcional e estavam claramente abaixo, mesmo a níveis técnicos, do Fock-Wulf alemão e, certamente, da maioria dos caças alemães. Por outro lado, descobriu-se ser extremamente efectivo contra os Mitsubishi Zero japoneses.É um caça cheio de controvérsias, que foi enviado e produzido em muitos países (28). É também interessante notar que o nome escolhido para os aviões, Warhawk, é uma arma usada pelos nativos índios que habitavam a América, grandes cavaleiros. Quem diria que os seus machados voariam tão poderosos nos céus?

A  bibliografia deste post é:
— Encyclopaedia Britannica Library
— Wikipedia, the free encylopedia
— science.Howstuffworks.com
— secondworldwawrhistory.com

9.7.08

Graal, a Demanda Eterna

O Graal era um objecto de demanda para os cavaleiros do romance arturiano. É geralmente associado a um cálice, mas é possível que fosse um prato, usado pelo profeta cristão Jesus, na chamada de “Última Ceia”. Dizia-se que este objecto possuía poderes mágicos. Escritores posteriores ao século XII escreveriam contando como foram recolhidas as gotas de sangue de Jesus aquando do seu enterramento. É bastante provável que a lenda do Graal seja uma fusão da história cristã e dos seus costumes com as tradições célticas.
Outro cavaleiro do Graal, e com efeito o último, foi Gawain. Sobrinho do seu rei, Artur, era o cavaleiro ideal. Foi, no entanto, ultrapassado tanto por Lancelot como por Percival, que se moviam por inspirações. Gawain deixou, assim, de ser visto como o cavaleiro perfeito, mantendo ainda o estatuto de lealdade e bravura. Este cavaleiro não compreendia o significado espiritual do Graal e acabou por não conseguir triunfar na sua demanda.
O Graal era imaginado como um cálice doirado, ainda com gotas de sangue de Cristo, repleto de magia. Mas não deveria ser apenas uma singela malga ou copo, de madeira, tosco, em vez de uma rica obra de arte? De facto, é difícil imaginar Jesus rodeado de um grande luxo e aparato, de forma que talvez os cavaleiros de Artur tenham procurado em vão.
Hoje acredita-se que o Graal era apenas uma lenda, mas para quem entra nesse tempo passado através dos livros e vai descobrindo os personagens do romance arturiano, este cálice divino continua a ter um papel importante e enigmático.

Gostaria de salientar dois factos importantes:
1. É muito difícil encontrar informação decente sobre esta matéria. A maioria da encontrada será demasiado extensa e cheia de convversas, fugas do tema, e outras dificuldades que perturbam o leitor.
2. As várias fontes acabam por ser muitas vezes controversas entre si, como aliás seria de esperar num tema destes. É portanto difícil conseguir perceber a versão mais apurada, de forma que pedia a todos os leitores deste post que não acreditassem completamente em tudo o que lerem.

A bibliografia deste post é:
-monitorando.wordpress.com
-earlybritishkingdoms.com
-atheism.about.com

1.6.08

Istanbul, entre a Ásia e a Europa

Se na Terra houvesse um único país, Istambul seria a sua capital
Napoleão Bonaparte

O primeiro povoamento na zona de Istambul surgiu por volta de 5500 a.C. Em 687 antes da nossa era, o rei Byzas, comandando colonizadores gregos, fundou Bizâncio, no lado Europeu do Bósforo. Durante várias décadas, até 324, Bizâncio sofreu o jugo de persas, atenienses, espartanos, macedónios e romanos. Estes últimos arrasaram a cidade, que acabou por ser reconstruída e recuperou a antiga prosperidade.
Em 324, o imperador romano Constantino transforma Bizâncio em Constantinopla e na capital do império romano Oriental. Assim, a cidade torna-se numa fusão do Oriente com o Ocidente, quer em arte, arquitectura e costumes. A religião era o Cristianismo, a organização romana e o aspecto grego. A cidade enriquece e embeleza e as suas rotas comerciais são imensas. Constantinopla será o maior poder na Europa até ao século XI.
É durante este período que surgem grande parte das igrejas e de outros objectos e peças de arte, construídas graças às imensas quantidades de dinheiro que afluíam à cidade com o comércio e a cultura, devido à sua estratégica posição geográfica.
Seria provavelmente esta mesma posição que traria também exércitos inimigos, por diversas vezes, ao sopé das muralhas da cidade. Por várias vezes Istambul foi pilhada, saqueada e nalgumas ocasiões incendiada e quase despovoada. Destas carnificinas há um especial relevo para os exércitos da 4ª cruzada que, indo libertar Jerusalém, conquistam a cidade e o império Bizantino, que se estendia por áreas imensas, dos 2 lados do Bósforo, em 1203 e para os turcos que, em 1422, atravessam o Bósforo e entram na Europa, conquistando a cidade que, desde há 141 anos, vivia numa precária independência.
Constantinopla estava repleta de ruínas, de destroços de tesouros do passado. E esses tesouros haviam sido imensos: desde a Coluna da Serpente, construída em honra de Apolo, em 479 a.C., passando pela Torre de Leandro, que se tornaria numa fortaleza impressionante, não esquecendo as poderosas muralhas que protegeram a cidade por várias vezes. Apesar de muitas igrejas terem sido queimadas e as que sobreviveram terem sido transformadas em mesquitas, não podemos esquecer construções como a Hagia Irene, a Basílica da Cisterna e como é evidente a imponente Hagia Sophia.
Esta última foi construída entre 532 e 537 e viria a ser usada como modelo para o desenho de outras mesquitas islâmicas. Hoje é um santuário quer para os cristãos quer para os muçulmanos.
A arte bizantina estava totalmente relacionada com a religião e logo era usada com particular distinção nas igrejas. Os frescos e mosaicos representavam anjos e arcanjos e o poder divino. As esculturas criadas eram normalmente pequenos trabalhos de marfim e de ouro, muito apreciados na rica e sofisticada sociedade bizantina.
Com a conquista turca, após um cerco de 53 dias, o conquistador, o Sultão Mehmed II descobriu que Bizâncio ficara quase despovoada e com toda a sua economia e indústrias destruídas. Repovoou-a, assim, com cristãos e com gentes de outras áreas conquistadas e recuperou o potencial económico da cidade. As igrejas foram transformadas em mesquitas e foram criadas escolas, hospitais e banhos públicos.
Em 1457 a cidade, agora chamada de Istambul, foi tornada na capital do império otomano. Assim, os otomanos efectuam um magnífico trabalho de reconstrução, criando novas mesquitas e palácios que, apesar de primeiramente serem construídas ao estilo tradicional, em madeira, acabaram por ser construídos ao estilo ocidental: com pedra.
No século XX, com a transformação do império otomano na Turquia, a capital é movida para Ankara. No entanto, a cidade continuou a crescer, agora sem o receio de ser novamente destruída por cavaleiros sedentos das suas riquezas.

A biliografia é:
— Wikipedia, a encicolpédia livre
— http://z.about.com
— Brritannica Encyclopaedia Library

20.5.08

Samurais, Guerreiros de Bushido

“Assim que eles fazem o seu juramento, pertencem ao seu senhor, espada e alma.”

Os samurais eram membros da casta guerreira japonesa e dominaram o governo desde o século XII até 1868, desenvolvendo uma cultura de disciplina, que contrastava largamente com a anterior.
O samurai ideal era aquele que era um guerreiro corajoso que seguia um código de honra, bravura e lealdade. Este código acabou por ser chamado de Bushido, o Caminho do Guerreiro. Foi este código, que no século XIX abrangia toda soc
iedade, que fortaleceu o nacionalismo japonês, uma vez que o objecto de culto e de sacrifício era agora o imperador.
O período de Tokugawa foi um período de paz interna, estabilidade política e um impressionante crescimento económico. As quatro classes sociais (guerreiros, agricultores, artesãos e mercadores) acabaram por se desenvolver separadamente. Os samurais, que eram menos de 10% da população, começaram a mudar-se para a capital e para outras cidades fortificadas, onde acabariam por se tornar burocratas. A inteira sociedade congelou, em especial os camponeses, que eram mais de 80% da população ficaram proibidos de praticarem outras actividades que não fossem a agricultura.
O país fechou-se sobre si mesmo, desenvolvendo-se em torno da paz interna conseguida pelos monarcas que viria a durar 250 anos. Só no porto de Nagasaki, a Sul, se realizavam trocas comerciais com o exterior.
No período de Tokugawa, o samurai era visto como o cavalheiro perfeito, que se guiava por leis Confucianistas e que exemplificava virtude para as classes socialmente mais baixas. Os samurais acabaram por desaparecer, mas manteve-se no povo a memória daqueles guerreiros honrados e valentes, leais à pátria e ao seu imperador.

“Cuidado com a lâmina da desonra. Ela mata mais rápido que a guerra, mais rápido que a idade.”

A biliografia deste post é:
—Enciclopaedia Britannica Library
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17.5.08

A conquista dos Balcãs (2ª Guerra Mundial)

Estamos em Abril de 1941. A Europa está mergulhada na 2ª Guerra Mundial e os exércitos do eixo dominam uma parte considerável deste continente. Hitler, o ditador alemão, depois do fracasso da Batalha de Inglaterra, volta-se para a U.R.S.S., para o Egipto e para os Balcãs.
Será a invasão destes últimos que será aqui tratada. Mussolini, o ditador da Itália, aliada da Alemanha na 2ª Guerra Mundial, tenta invadir a Grécia mas, após algumas vitórias iniciais sobre os gregos, estes reorganizam-se e expulsam as tropas invasoras do seu território, com a ajuda dos seus aliados ingleses, que desembarcam reforços vindos de África.
Hitler é obrigado a intervir. Este tenta manter a neutralidade da Jugoslávia, para conseguir isolar a Grécia. Estando consciente que qualquer tentativa de não colaborar com o eixo só trará desgraça à sua nação, o rei aceita. Mas o exército e outras entidades anticolaboracionistas provocam um levantamento e expulsam o rei.
A reacção do eixo é brutal. Cerca de 1 mês depois, 600.000 combatentes alemães lançam-se sobre a Jugoslávia, que é esmagada tanto pelos exércitos em terra, numericamente muito superiores, como dos ares, pela Luftwaffe, cujos aparelhos largam bombas por todo o país.
Depois da Jugoslávia, o exército alemão cai sobre a Grécia. O exército grego e os 60.000 gregos eram ridículos, quando comparado com as 15 divisões alemãs. Assim, mais uma vez com a ajuda da Luftwaffe, que desorganiza os desembarques ingleses, os exércitos alemães vergam a Grécia ao seu domínio.
Após sucessivas frentes, que foram desde o local onde 300 espartanos se haviam sacrificado por toda a Grécia, há vários séculos, nas Termópilas, passando por Atenas, capital da Grécia, a força inglesa é cercada no Peloponeso e obrigada a desembarcar. Repetiu-se Dunquerque: os ingleses salvaram 50.000 homens, apesar de terem sofrido graves danos humanos e materiais. Mas a Grécia estava perdida. Só sobrava Creta, uma estreita mas grande ilha (4ª maior do Mediterrâneo), onde os ingleses se fortificam a toda a pressa, com receio de perderem uma das suas últimas três bases no mediterrâneo (as outras duas são Gibraltar e Malta).

Hitler está absorvido pela conquista da U.R.S.S. e logo considera fundamental regiões como os Balcãs, o Egipto e o Médio Oriente, mas Creta, apesar de se situar no mediterrâneo, é extremamente tentadora: com ela o eixo tem a possibilidade de bombardear os ingleses no Egipto e de controlar todo o Mediterrâneo Oriental, uma vez que esta é um autêntico porta-aviões. 
Os alemães esperam uma conquista fácil da ilha: calculam mal as defesas inglesas e o número de efectivos que estes têm, por outro lado, os ingleses estão excepcionalmente bem informados e organizaram as suas defesas o melhor que podem, até que, em 20 de Maio, às 7 horas e 15 minutos da manhã os pára-quedistas começam a chover sobre Creta.
O pouco sincronismo alemão provoca graves baixas nos pára-quedistas, grande número dos quais é abatido antes de chegar ao solo. Assim, a única opção que resta aos alemães é disferir um grande ataque sobre o aeródromo mais mal defendido, onde, depois de conquistado, possam desembarcar tropas de infantaria.
Assim, graças a um gesto de cobardia do comandante inglês que vigia este aeródromo, os alemães entram na ilha. No entanto, continuam dependentes dos seus comboios que transportam o material pesado por mar. Apesar de um destes comboios ter sido afundado por navios inimigos, a armada inglesa perdeu vários barcos, um preço demasiado caro pelo golpe desferido no eixo.
Na Inglaterra, Churchill ordena que se defenda o mar, essencial para que os alemães conseguissem desembarcar homens e tanques. No entanto, a frota inglesa de Creta não pode receber reforços, pois a restante frota persegue um dos mais poderosos couçorados do mundo: o navio de guerra alemão Bismark.
A infantaria alemã limpa a ilha, duma ponta à outra, auxiliada pela aviação, que derrota os ingleses no mar e em terra. Mesmo assim, à beira do desfalecimento, os ingleses conseguem embarcar metade dos seus homens e fugir para o Egipto.
Creta foi uma batalha dura, que custou muito caro a ambos os lados. Os ingleses perderam 15.000 homens e os pára-quedistas alemães pereceram em tanta quantidade que se chama a Creta “o túmulo dos pára-quedistas alemães”. No entanto, os alemães acabam por se apoderar de uma base estratégica, que lhes permite o domínio daquela zona do Mediterrâneo.

Peço desculpa por este post não ter nenhum mapa, mas a capacidade de colocar imagens no blogspot é bastante reduzida, de forma que não me foi possível arranjar uma imagem com tamanho e definição suficiente. Não deixem, no entanto, de ir a http://www.history.army.mil/books/wwii/balkan/maps/6.jpg, onde há um mapa bastante interessante.

A bilbiografia deste post é:
— Grande Crónica da 2ª Guerra Mundial (volume 1)

25.4.08

Incas, cidades sobre as nuvens (parte III)

O legado dos Incas, um tesouro esquecido 

Os Incas construíram um sistema notável de estradas. Uma grande via com 3600 km corria ao longo da costa enquanto que outra idêntica atravessava o interior. Esta rede de estradas, com pontes em suspensão sobre os abismos e túneis escavados na rocha, ajudou fortemente os espanhóis na conquista.
Uma das 7 maravilhas do mundo, Machu Picchu é um impressionante conjunto de ruínas quase intactas de um importante centro económico e religioso do Império Inca. Construído a 2350 metros de altura, foi daqui que, na cordilheira de Vicabamba, os últimos imperadores incas comandaram revoltas e ataques aos espanhóis. A cidade não é grande, mas para além dos fantásticos edifícios, contém terraços para a prática de agricultura suficientes para alimentar a população. Estas ruínas são a maior atracção turística do Perú.
Foi nos Andes, especialmente em locais de grande importância como Tiwanaku, Cuzco e Chan Chan, que encontramos as únicas estruturas de alguma dimensão na América do Sul. Em todas as civilizações que floresceram naquela área sabemos que havia duas coisa que todas sabiam fazer de um forma extremamente evoluída e bela: os trabalhos em ouro e prata e peças feitas através da olaria. Outras civilizações dominavam também a tecelagem e as grandes construções em pedra.

O mais fantástico sobre os Incas é que a próspera e influente civilização que eles criaram desenvolveu-se sem a roda, sem cavalos e sem outros animais de carga (apesar de existirem lamas nos Andes, estes não suportam grandes pesos) e sem escrita. Assim, para manter a sua cultura, os Incas dependiam da transmissão oral de geração em geração.
Parte da população Inca era um povo, divido em tribos (que falavam línguas diferentes), chamado Quechua e que hoje em dia são entre treze a dezasseis milhões de indivíduos. Os Quechua eram essencialmente agricultores, que vivam em pequenos grupos nas alturas. Com os espanhóis, a sua população reduziu drasticamente, assim como os seis milhões de Incas que habitavam os Andes nessa altura passaram a ser um milhão e meio.
Assim, é triste ver que os conquistadores espanhóis mataram, quer com as suas espadas quer com as suas doenças, um grande número de nativos. mas eles também reduziram a civilização Inca e a sua arte a um sussurro e esses, ao contrário dos números da população, não voltaram a crescer.


A bibliografia deste post é:
— Encyclopaedia Britannica Library
— Wikipedia
— www.richgros.com
— www.history.ucla.edu

Incas, cidades sobre as nuvens (parte II)

Religião e sociedade:

A religião inca era um conjunto de histórias e lendas que explicavam ou simbolizavam os benefícios e os mistérios da Natureza e da civilização Inca. Os incas praticavam um conjunto de cerimónias e rituais e acreditavam em diversos Deuses, poderes mágicos e forças da Natureza.
Viracocha era um herói conhecido: era também o Deus criador dos incas e, talvez por isso, tivesse uma longa lista de títulos. de qualquer forma era Inti, o Deus Sol, o mais importante no panteão inca e dizia-se que era o antepassado divido deste povo: os incas chaavam-lhe de pai. Havia centenas de Deuses (os incas eram politeístas). Entre os mais importantes contam-se a esposa de Inti, Manna Quilla, Deusa da Lua, que chorava prata, e o deus da Chuva, Apu Illapu, adorado especialmente pelos camponeses. 
Os incas tinham, também, diversos festivais (pelo menos 1 por mês) e praticavam sacrifícios. Estes últimos só eram feitos em ocasiões especiais e podiam ser tanto de humanos como de animais. Estes eram realizados nos diversos templos, que eram chefiados por um padre. Os padres eram muito poderosos e o seu chefe, o padre do templo do Deus Sol em Cuzco, competia em autoridade com o Inca.

As civilizações dos Andes haviam sentido necessidade de desenvolver um conjunto de valores e ideais que acabaram por se tornar num sistema económico e político quase idêntico entre as várias civilizações. Assim, os incas, tal como todas as outras tribos e civilizações dos Andes, tentavam aceder ao maior número de recursos possível, formando colónias permanentes.
Os incas tornaram-se o mais poderoso estado de toda a cordilheira de montanhas. Enquanto cresciam, aperfeiçoavam ou criavam métodos e técnicas em todos os sectores políticos e económicos.
Com a chegada dos espanhóis, a população dos Andes foi essencialmente utilizada na exploração de minérios como ouro, prata e cobre e a agricultura praticada nas alturas foi praticamente esquecida.
A sociedade Inca estava altamente estratificada. Apesar de a população estar organizada num elevado conjunto de estratos sociais, podemos dizer que cada homem era um agricultor, na medida em que fazia a sua própria roupa e comida.


A bibliografia deste post é:
— Britannica Encyclopaedia Library
— Wikipedia, the free Enciclopedia

Incas, Cidades sobre as nuvens

Um Império com História

Estamos nos Andes. Nesta vasta cordilheira, um tapete de picos que crescem para os céus, que se estende por uns impressionantes 8900 km, formidável muralha que separa uma estreita faixa de costa do resto do continente, tinham vindo a surgir civilizações desde 2500 antes da nossa era.
O aparecimento destas civilizações, que floresciam por toda aquela área, só tinha sido possível devido ao sucesso que uma agricultura rural tivera, naquelas terras perdidas entre os precipícios sem fim e as alturas inalcansáveis. Estas civilizações possuíam uma olaria muito avançada e bela assim como dominavam os trabalhos em ouro e prata. Provavelmente, foi a civilização de Tiwanaku, surgida no que hoje é a Bolívia do Norte, a última antes do incas.

No começo os incas eram apenas uma tribo, como tantas outras pelo Andes. Mas, partindo da área de Cuzco, comandados pelo seu primeiro imperador, o Inca Manco Capac, e seus sucessores, foram-se expandindo, crescendo economicamente e assimilando outras tribos e territórios. Aquando da chegada dos espanhóis o império e tinha uma extensão impressionante e era, certamente, o maior da América pré-Colombiana, com domínios que se estendiam do Equador ao Chile. Mas retrocedamos um pouco no tempo: com a morte de Huayna Capac (que morreu, como viram a morrer muitos incas, com uma doença trazida por uma tribo que havia estado em contacto com os espanhóis) começa uma guerra civil entre 2 irmãos, que ainda não estava resolvida quando chegaram os espanhóis.
Com apenas 180 homens, 27 cavaleiros, 1 canhão e uma diplomacia bestial, Pizarro conseguiu derrotar o exército de 80.000 homens do vencedor da guerra civil. Aprisionando o Inca (que é o monarca) exigiu um resgate que demonstrou as riquezas daquela terra prodigiosa: os incas encheram a sala onde o imperador estava preso com estátuas, moedas e outros objectos de ouro e pagaram também o dobro em prata.
Os incas retiraram-se para as montanhas de Vilcabamba, onde só viriam a ser descobertos e derrotados 36 anos depois.
Pizarro chegou em Julho de 1532. Em 1535, a pesar de os espanhóis ainda irem demorar algumas dezenas de anos a submeter todo o peru e a conquistar o Chile, o império Inca estava perdido.


A bibliografia deste post é:
— Encyclopaedia Britannica Library
— Wikipedia
— www.richgros.com
— www.history.ucla.edu

19.4.08

Exploradores do Norte, antecessores de Colombo


Por volta de 982, o pequeno Erik, seguindo o seu pai que tinha sido expulso por homicídio, abandonou a Noruega e partiu para a Islândia, passando por outras colónias vikings nas Shetland e nas Féroe.
Erik foi expulso, também ele, da Islândia, durante 3 anos. Para onde ir?, deve ter sido a questão que colocou a si próprio. Assim, a única opção que lhe restava era seguir a pista duma terra que um norueguês havia afirmado ter visto, a Oeste. Recrutou uma tripulação e aventurou-se durante 280 km de um oceano repleto de perigos. Descobriu a Gronelândia*. A costa estava gelada, mas depois de passarem o Cabo Farewell, encontraram uma terra desabitada, rica em peixe e pastagens. />
Em 986, Erik voltou à Islândia. Recrutou colonos e zarpou novamente para a Gronelândia. Das 25 embarcações que partiram, só 14 chegaram. Algumas afundaram-se, outras voltaram para trás. A população da ilha foi crescendo, partindo dos 350 colonos em 986, passando para quase 1000, no ano 1000. Depois, a ilha foi lentamente morrendo, por estar demasiado isolada da Noruega, o que a impedia de receber recursos materiais.

Erik teve vários filhos, um dele chamava-se Leif Ericson (em Norueguês, son é filho. Erik tinha também o mesmo tipo de nome: Erik Thorvaldson). Seguindo, mais uma vez, as indicações de um pescador perdido, Leif foi, com 35 homens (o seu pai não pode ir, pois tinha partido uma perna) explorar essa terra. Estes vikings descobriram várias terras antes de Vinland (terra do vinho), mas foi aqui que sedentarizaram. Esta terra tem uma localização incerta, mas calcula-se que seja na extremidade Norte da Terra Nova.
Correm também ideias e teorias de que os vikings desceram pela costa dos E.U.A. até ao Golfo do México. A base destas teorias são os índios nativos descobertos pelos espanhóis, como Astecas e mais a Sul os Incas, terem lendas sobre grandes homens com barba e cabelo loiro, tão diferentes dos da sua raça.
O que é certo é que, se Leif Ericsson e seus homens não foram os primeiros Europeus a pisar o solo americano, foram dos primeiros. Dos primeiros, que antecederam Colombo por quase 500 anos.


*Em Norueguês Gronelândia é Greenland, ou terra verde. Islândia é Iceland, ou terra do gelo. É algo bizarro, reparar que chamaram terra do gelo à mais verdejante, e terra verde à mais fria. Um dos motivos mais óbvios para esta troca de nomes foi o desejo de Erik de atrair colonos, esperando, com este nome mais agradável, convencê-los a zarpar para a terra que ele havia descoberto.


A Bibliografia deste post é:

Britannica Encyclopaedia Library
As Viagens dos Grandes Exploradores
www.wpclipart.com
www.gutenberg.org

25.3.08

Sun Tzu e a Arte da Guerra

No anterior post, “China, berço de impérios”, que tinha ocorrido uma brutal mudança nas tácticas militares. Assim, neste contexto, houve vários estrategas que desenvolveram estratégias e teorias durante este período que iriam mudar totalmente a maneira de fazer a guerra. O mais famoso foi certamente Sun Tzu, que na realidade se chamava Sun Wu (Tzu quer dizer mestre) e foi ele o autor do primeiro tratado sobre a guerra e a arte de a fazer.
“A Arte da Guerra” (o tratado de Sun Tzu) é um guia, com estratégias para os comandantes e teve imensa influência no pensamento militar e económico no Extremo Oriente. Uma frase do livro resume bem o espírito da obra: “Conhecer o inimigo e conhecermo-nos a nós próprios e poderemos combater centenas de batalhas sem risco de derrota".

A bibliografia deste post é:
— Enciclopaedia Briannica Library
— Wikipedia

18.3.08

Taoismo e Confucianismo: religiões, caminhos ou pensamentos?

(este post está inserido no contexto do post "China, berço de impérios")
O Taoismo é também chamado de Daoismo, e esta religião influenciou a vida e a cultura chinesa durante dois milénios. O símbolo de Tao quer dizer caminho, mas a verdade é que lhe são conferidos outros significados mais abstractos. Esta religião teve grande influência em todo o extremo oriente, desde Singapura ao Japão.
Muita gente quer distinguir de forma exagerada o que é o Taoismo e o que é o Confucianismo. Na verdade, as duas religiões, os dois pensamentos misturam-se, tendo aproximadamente as mesmas ideias sobre os homens, a sociedade, o Céu e o universo. Assim encontramos no Taoismo vários espíritos da Natureza e do antigo, o que o torna numa religião politeísta.
Lao-tzu (tzu, tal como em Sun Tzu, um famoso estratega desta época, quer dizer mestre) é visto como o “fundador” do Taoismo. Este personagem desempenhava a função de arquivista na corte de Chu. Com o declínio desta dinastia, Lao-tzu foi para Oeste. Na fronteira, um guarda pediu-lhe que escrevesse o seu tratado no Tao (ou seja, no caminho) para Oeste. E assim, antes de desaparecer, Lao-tzu deixou-nos, em dois pergaminhos, u
m tratado repleto de bons ensinamentos e que, acima de tudo, não impõe regras.
O Confucianismo foi, tal como o Taoismo, mais que uma religião, foi uma maneira de viver e um código de valores, surgido entre o século VI e V a.C. O Confucianismo foi sendo espalhado, numa primeira fase, por Confúcio, e a sua influência não se limitou à área da China Oriental, tendo essencialmente crentes no Japão, na Coreia e no Vietname.
Apesar disso, Confúcio não foi o fundador do Confucianismo: ele apenas espalhou esta religião e consciencializou as pessoas dos velhos valores e ideais. Este filósofo adorava o passado, o antigo e fez várias viagens e meditações para tentar compreender como haviam sobrevivido certas ideias e rituais durante séculos. Após um período de grande influência, o Confucianismo foi oprimido mas sobreviveu, influenciando o Extremo Oriente, durante quase dois milénios.


A bibliografia deste post é:
— Encilopaedia Britannicac Library
— Wikipedia

E para as imagens:
—www.theadvocates.org
— zionistwatch.files.wordpress.com

O exército de terracota

(ver também post anterior)
O exército de terracota é apenas uma parte do túmulo de Shihuangdi. É um autêntico exército, com soldados de infantaria e cavalaria. Foram já encontradas três covas no túmulo com os soldados e numa outra foram descobertos acrobatas.
Na primeira cova vemos os guerreiros dispostos em posição de combate. Na formação há 38 esquadrões de soldados e guardas em todos os lados. No centro de cada esquadrão foi ainda encontrado um carro de batalha. O que é mais fascinante ainda é admirar os soldados: cada soldado tem um rosto e armas próprias, únicas, o que mostra toda a perfeição com que foi construído o túmulo.
Dentro da segunda cova encontramos quatro unidades, das quais três contém carros, que ocupam a esmagadora maioria da área. Apesar de descobrirmos um grande número de soldados de infantaria na primeira cova, ficamos com esta segunda a saber que apesar de haver mais peões que carros, os carros eram a principal força dos Qin.
No interior da terceira cova encontramos poucos soldados, armados com armas de bambu, que seriam a guardas de honra. No total das covas encontramos mais de oito mil figuras perfeitas de terracota.
Foram descobertos carros pintados (com os seus cavalos), todos feitos de bronze. Estes carros transportaram e escoltaram o espírito do imperador Shihuangdi no outro mundo. São as maiores peças bronze descobertas no mundo, mostrando, juntamente com o exército, a importância que este rei teve para a China e toda a riqueza e poder que possuía.

A bibliografia deste post é:
— Enciclopaedia Britannica Library
— Wikipedia

17.3.08

China, berço de impérios

O Império Qin

Estamos na China, século XIII antes de Cristo. Ao longo do Vale do Rio Amarelo (ou Hoão-Ho) tinham-se vindo a desenvolver, já desde o Neolítico, civilizações tecnologicamente avançadas. Após sucessivas dinastias, acossadas constantemente pelas tribos bárbaras vindas das estepes, surgem os Zhou. Mais uma vez este reino fragmentou-se, dando assim origem a variados principados (chamados de hegemónicos): o Qin, o Chu, o Qi, o Yan e o Jin (que mais tarde se fragmenta uma outra vez, dando origem ao Han, Wei e Zhao).

O Estado de Qin

Segundo os antigos registos, o principado de Qin, não tem um papel de relevo até Mugong (reinou entre 629 e 621 a.C.), que fez deste principado o principal poder da parte Oeste da China. Com poder, Qin tentou obter territórios na área central da China, ao longo do Hoão-Ho, mas por várias vezes foi bloqueado por Jin, cujos territórios o impediam de aceder a essa área. No entanto, Qin continuou a conquistar e incorporar na sua sociedade os estados e tribos de origem não-chinesa, ao longo do desvio em semi-círculo para Norte que o Hoão-Ho descrevia. Assim, os grandes e poderosos estados Chu e Jin foram obrigados a dar o estatuto de governante a Qin, (governante da sua própria zona). As províncias de Este continuavam a olhar para Qin como um estado bárbaro, que dominava numa zona distante.

Luta pelo poder

No século V antes da nossa era, dominavam dois grandes poderes na China: Qi, um estado próspero com um novo governante e Wei (um dos sucessores de Jin). Qin ficou com um papel secundário na trama, até às grandes reformas de Xiaogong e Shang Yang, que o iriam transformar na mais poderosa das potências. Este último era um burocrata da corte de Wei que, frustrado, havia ido para Oeste em busca de uma hipótese de expandir as suas ideias. Em Qin havia encontrado Xiaogong (o governante deste principado) e com ele a sua oportunidade: criou o estado mais bem organizado do seu tempo.

Após várias reformas que contribuíram para o aumento do poderio económico e militar de Qin, Shang Yang tomou outra medida, que provavelmente influenciou drasticamente a situação que viria a surgir nos anos seguintes. Ele encorajou a produção, especialmente no sector da agricultura. Os agricultores foram incentivados a trabalharem a terra e várias reservas foram abertas para que eles pudessem cultivá-las. Mas nesta reforma foram também recrutados trabalhadores dos estados vizinhos (Han, Zhao e Wei), o que aumentou a produção em Qin e esses estados perderam muitas mãos, que tanto poderiam pegar em martelos, arados e foices, como em espadas e lanças.


Qin foi crescendo até que, em 352 antes da nossa era, exigiu o título de reino. Isto foi um desafio para Qi e para Wei. Aqui notamos uma grande diferença, que vai existir durante todo este período: estes estados eram ducados do rei da dinastia Zhou; agora, nesta nova época, eram reinos, sendo iguais ao reino de Zhou. Utilizando uma estratégia astuta, na qual dividia os seus inimigos, para que estes não pudessem unir-se e tornarem-se demasiado fortes, Qin dominou e unificou a China. Utilizando espionagem, mentiras, assassinatos, sabotagem e outros métodos de natureza idêntica, este reino submeteu sobre o seu poder os estados que, sucessivamente, lhe fizeram frente. Quando a China estava finalmente unida, o seu primeiro rei construiu uma vasta rede de estradas, que facilitava a comunicação entre os vários pontos do império. Centenas de milhares de trabalhadores reforçaram e uniram as muralhas já existentes ao longo da fronteira Norte/Noroeste. Este rei chamava-se Shihuangdi e tinha medo da morte. Ele fez tudo o que conseguiu para ser imortal. Ao escavarem o seu túmulo, em Xi’an, foram revelados mais de 6000 estátuas de soldados de terracota em tamanho real: chamaram ao seu túmulo Exército de Terracota. Com a morte de Shihuangdi toda a dinastia caiu, perante a pressão dos bárbaros e revoltas campestres, surgidas no próprio seio da China.

Este período, chamado Período dos Estados Combatentes, mostra a importância do ferro na China, que substituiu o bronze, antes utilizado na guerra, menos resistente que o primeiro. Algumas áreas foram integradas na esfera da cultura chinesa, alargando os horizontes dos povos da China e dos territórios englobados. Algumas ideias filosóficas, como o Confucianismo, o Taoismo, o Mohismo e o Legalismo, desenvolveram-se em centenas de escolas e expandiram-se de forma surpreendente. O comércio adquiriu um novo aspecto e as tácticas militares foram alteradas de forma radical. Foi uma época de mudança, de grande desenvolvimento económico, mas tudo isso acabou por desaparecer, deixando apenas ruínas e recordações, destruído pelos próprios chineses e pelos bárbaros vindo da estepe.

A bibliografia deste post é:
— Enciclopaedia Britanniac Library
— Wikipedia
— www.minhachina.com